Divagar é preciso
- Marcelo Cardoso
- 11 de jul. de 2016
- 1 min de leitura
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Dizia Pompéu por volta do século I a. c. : “Navegar é preciso, viver não é preciso”. Declarando toda a sede de conquista de território e expansão marcantes do período. O general romano deflagrou a destemida frase em virtude dos grandes perigos da navegação: a pirataria e os arreveses do tempo. Contra o tempo e pelo território é preciso navegar. Arrebatou, assim, o posto de cônsul e herói.
No século XX, dizia Fernando Pessoa: “Viver não é necessário; o que é necessário é criar”. A arte é o instrumento de expansão da alma, mesmo que para tal se tenha que enfrentar as intempéries da perda da pessoalidade e do avesso que é a vertência para fora do que é íntimo. A favor da humanidade, a nudez do artista.
Hoje, tempos de frenéticos ritornelos, de ritmos compulsivos, de batidas descompassadas e marchas aceleradas. Movimentamo-nos em direção ao reapossamento do nosso território, reapropriamo-nos de nossos sentidos e fabricamos nossos próprios conceitos.
Vagando... Devagar... Divagando
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Declaramos recalcitrantemente em face à falta de precisão da vida e aos significados que insistem em nos empurrar pelas goelas: Divagar é preciso, viver não é preciso.
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