O nó Górdio

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Havia um rei de um reino chamado Frígia (antiga Ásia Menor, onde se encontra atualmente boa parte da Turquia) que faleceu deixando seus súditos sem qualquer sucessor, já que não tinha filhos. Imediatamente, o povoado recorreu ao grande Oráculo do reino que previu que o próximo rei de Frígia adentraria a cidade guiando um carro de bois.

Assim, um camponês chamado Górdio se tornou rei de Frígia e em agradecimento pela sorte e para lembrar de sua origem humilde, amarrou seu carro de bois a uma coluna do templo de Zeus. Amarrou-o com um nó extremamente elaborado e feito da casca de corniso, o que o fez endurecer com o tempo.

Anos se passaram e o filho de Górdio, Midas, expandiu o império. Porém, com sua morte, não havia herdeiros novamente para ocupar o trono. Com isso, novamente o Oráculo foi consultado sobre o destino do reino. Afirmou, o Oráculo, que quem conseguisse desatar o nó de Górdio iria dominar o mundo.

O poderoso nó permaneceu intacto por quinhentos anos, resistindo e frustrando todas intenções e tentativas de desate, o nó parecia impossível de ser desfeito. Ao ouvir as historias sobre o nó, Alexandre, o Grande, que por ali passava, resolveu se arriscar. Olhou fixa e meticulosamente para o nó e não achou nenhuma pontinha sequer com a qual pudesse soltar o bendito. Frustrado, desembainhou a espada e partiu o nó ao meio, conclamando: “Eu desatei isso!”. Poucos anos depois, Alexandre havia conquistado toda Ásia Menor.

O mito nos faz divagar sobre qual questão temos há anos e se mostra intransponível no momento para nós. Sobre qual questão já nos debruçamos centenas de vezes, analisamos sistematicamente e não achamos solução. Qual o nó Górdio em nossa vida, que espera apenas a impetuosidade e energia de nossa espada para que se resolva de maneira simples, mas também fora da maneira que se esperava?